sábado, 25 de junho de 2011

CRIANÇA DA NOITE: SERES NOTURNOS


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Por Lord Gafa

Roko’s Bar. Belenzinho. Território de caça. Para eu, antes, era o fim do mundo; Hoje, conhecedora de tantos lugares interessantes desta megalópole, desconhecidos dos próprios paulistanos... Tantos mundos coexistindo...

Adolescentes com os hormônios a flor da pele, pretendentes a intelectuais, enfim um ecossistema com uma fauna formada por varias tribos. Território delimitado por poder, aquisitivo ou numérico, mas com respeito e até certa simbiose.

Às vezes tenho vontade de comida exótica, como que, sentindo-me devorar, como se absorvesse minha imagem de um espelho, mesmo que destorcida por uma ilusão ótica, pela minha própria mente ou realidade.

Atraiu-me um rapaz gótico. Alto, sobrancelhas unidas, cabelos negros, olhos verdes. O sobretudo negro combinava com o vento e a fina garoa que refletia as auras.

Ainda não me acostumei a enxergar auras, chacras, a força vital emanando dos seres através de cores e linhas ligando-os uns aos outros, ou apenas se perdendo no espaço.

Sentia seu olhar em mim como se estivéssemos frente a frente. Mas sua aura era branca, iluminada, seus chacras estavam limpos como cristais, alias estavam cristalinamente emanando todas as suas cores, até harmoniosamente transformarem-se e fundir-se ao branco de sua aura. Estranho vindo de alguém que aprecia a cultura gótica.

Cada vez era mais atraída por sua excentricidade energética. Saboreava os momentos. Minha sexualidade estava aflorando por todos os meus poros. Sentia-me sensual em cada ato, desde um simples gole em minha taça de vinho, até quando dançava Sisters of Mercy... Mas estava adorando me sentir a presa. Ser devorada por olhares e mentes, ser cortejada e seduzida por minha própria imaginação observadora através dos olhares de outrem. Imagem refletida em um espelho de cristal.

Sensação de êxtase. Saciada.

Agora, de volta aos que a vida tornou insignificantes, invisíveis, descartáveis e, o melhor, desprezados anônimos sociais.

Sentei em meu cavalo, minha Gold. Abraçada por trás. Pelo retrovisor, o homem. A fonte de todo meu torpor noturno. Não me virei para encará-lo.

- Siga para nosso caminho. Ouvi.

Dei a partida. Acelerei.

Merecia um gran finale. P2, sob a lua cheia, sobre a relva molhada pela fria garoa de horas atrás. Praça do Pôr do Sol. Adorava este lugar. Foi a ultima vez em que o vi. Avermelhado, se escondendo de mim para sempre. Um misto de saudosismo e lembrança de meu renascimento.

Parei. Não disse nada. Não dissemos nada.

Fizemos amor como animais. O orgasmo. Viva! Me senti viva!

Peguei seu braço em meu seio. Pêlos, unhas como navalha... Um empurrão. Um uivo!

Saltei uns 20 m com o susto... Um lobo! Enorme! Olhou com seus olhos verdes avermelhados, virou-se e desapareceu...

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