quinta-feira, 11 de agosto de 2011

CRIANÇA DA NOITE: NASCIMENTO


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CRIANÇA DA NOITE: NASCIMENTO

Por Lord Gafa

Meu nascimento não foi doloroso, mas foi como um pesadelo. Ela conseguiu me seguir até Campinas, leu minha mente, um dos dons dela e que com o tempo eu descobriria a dádiva que a noite me proporcionaria. Isso se permanecesse viva, hahahaha, VIVA... Eu estava morta, sem batimentos cardíacos, branca como a neve. Bem sempre fui branca, ruiva, sardenta, e agora morta, aos meus 28 anos. Bem ainda não sei definir o meu estado... Morta viva, não, isso lembra zumbi. E continuo sendo a mesma, até agora nada de super visão, super velocidade, nada de super.

Poderia ser uma super heroína, livrando o mundo de corruptos, estupradores, assassinos; Assassinos, eu era uma assassina, tinha uma fome dolorida, insuportável, e não tinha nada de heróico, caçávamos qualquer um, tudo gado, ela me dizia. Não me acostumava, estava sempre deprimida, havia momentos em que não conseguia conter as lagrimas, outros em que recorria a animais, mas não era a mesma coisa. Nesses momentos ela ria e falava para tentar porcos, pois eram semelhantes ao humano. Isso me irritava, me punha para baixo. Era nessa hora que eu pegava minha Gold Wing e saia para sentir a vida, adrenalina, o vento em meus cabelos, as gotas de chuva em meu rosto, como que alfinetadas.

Tenho sorte de ser independente, uma individualista. Sempre presei a liberdade acima de tudo. E foi essa minha busca pela liberdade que me auxiliou nesta nova vida. Agora eu era livre. Nem ela podia me conter. Nada se comparara a ter o vento riscando seu rosto... Quando puder... Os cabelos soltos... Em cima de minha Gold.

Não suguei ratos. Não me martirizei. Não chorei angustiada minha nova situação. Usei de todos os subterfúgios para me adequar a ela e usei de todas as possibilidades. Tentei somente aprender com ela e, testei a mim mesma, fazendo tudo que me desse à louca. Estava em um estado de loucura... De devaneio. Ainda tentava compreender essa minha nova vida.

Comecei a ver luzes em todos os lugares. Em volta de cada ser vivente. No começo eram como borrões, mas agora estavam ficando mais nítidas. Tudo muito colorido, como em uma viagem. Ficava difícil de distinguir as formas físicas por trás de tanta luminosidade. Mas agora já estava ajustando meu foco. Eram as auras. Os chacras. Seria este meu dom? Dom estranho. Contudo conseguia perceber as emoções das pessoas. Era quase como ler seus pensamentos, mas de uma forma coletiva, não individual como ela. Percebia as mudanças em toda a minha volta, sem ter uma confusão de vozes em minha cabeça.

Percebi também que conseguia manipulá-los. Conseguia atrair a energia deles para mim. E isso me dava energia. Alimentava-me. Porém não bastava. O fluido vital ainda era o precioso néctar que me saciava de verdade. Mas era mais um componente que poderia me sustentar quando fosse necessário. E para a sobrevivência, qualquer coisa a mais era vital. Aprendi isso com ela. Não desprezar nenhuma dádiva da noite eterna. Nem por mais minúscula que fosse.

Era a lei da sobrevivência. A lei do mais forte. E eu tinha que aprender.

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